sexta-feira, 30 de abril de 2010

``Contemplating the Void``



Roberta Smith, crítica de arte do "New York Times" definiu recentemente a espiral do Guggenheim como "o mais extraordinário umbigo na arquitectura moderna". Foi esse vórtice, uma rampa ascendente como um parafuso, deixando o centro do edifício vazio, que serviu de base a uma proposta que o museu fez no ano passado a artistas e arquitetos. Foi-lhes pedido que idealizassem a sua intervenção na espiral de Frank Lloyd Wright, encorajando os participantes a ir tão longe quanto quisessem e a deixar a realidade de lado. Como um concurso de ideias, sem a fase de execução. "Dissemos-lhes que não íamos executar nenhuma das propostas, para não se preocuparem demasiado com constrangimentos financeiros ou legais", explica ao Ípsilon David van der Leer, o jovem programador de arquitetura e design do Guggenheim de Nova Iorque, que com Nancy Spector, programadora principal e directora-adjunta do museu, é o comissário de "Contemplating the Void: Interventions in the Guggenheim Museum", a exposição que reúne as propostas de 193 artistas, arquitetos e designers.
A mostra, que ocupa uma sala no quarto piso do Guggenheim comecou dia 12 de fevereiro e termina dia 28 de Abril de 2010, é uma das exposições que desde o ano passado têm vindo a assinalar os 50 anos do museu.

As propostas podem ser vistas aqui: http://web.guggenheim.org/exhibitions/exhibition_pages/void/index.html#/home


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Corte esquematico


As formas curvas em concreto remetem à natureza, a formas orgânicas esculturais, e contrastam com a geometria mais rígida normalmente adotada pela arquitetura modernista.
Pelo corte esquematico é possível ver a dimensão da cúpula de vidro e o caminho formado pelas rampas.Espalhadas por este caminho encontram-se as obras em exposição no museu.

Planta baixa do Museu





A Planta do museu foge da abordagem tradicional adotada para o projeto do interior de museus, caracterizada pela passagem de uma sala à outra, é alterada por Wright através da rampa contínua em espiral que conecta os espaços de exposição e serpenteia o grande átrio, iluminado naturalmente através de um domo em vidro, que possibilita distintas vistas do interior e que, conforme salientado por alguns possibilita a experiência da arte da arquitetura além das obras de arte expostas.

domingo, 18 de abril de 2010

A Obra




Hilla von Rebay procurava "homem guerreiro, amante do espaço, agitador, experimentador e sábio". Foi assim que ela encontrou Frank Lloyd Wright. Von Rebay era a curadora da coleção de Solomon R. Guggenheim, que queria construir um museu para expor seu acervo.

Wright desenvolveu um projeto que cumpria todas as suas expectativas por uma concepção radicalmente nova. Não era apenas a forma de uma espiral, estreitando-se para baixo, como uma casa de caracol caída: inovador era também o visitante não passar mais de sala em sala, mas sim seguir um trajeto em espiral de cima para baixo.

O partido arquitetônico adotado da obra privilegia a utilização de formas geométricas puras, ou melhor, que têm a origem nas formas puras (o cilindro, o tronco de cone, o troco de prisma, o polígono de três lados) e orgânicas. Tais elementos estão presentes em todos os momentos no edifício, seja definindo a espacialidade de um ambiente ou através dos detalhes construtivos, que fazem relacionar o edifício como um todo. Desde o desenho de piso até os detalhes de luminárias foram usadas formas puras, principalmente o círculo e o triângulo fazendo com que toda visão individual reporte diretamente a formas genéricas.

O próprio Frank Lloyd Wright, arquiteto da obra, menciona que sua intenção como finalidade está coerente com o projeto proposto por ele, afirmando que nesse projeto trabalha-se o efeito plástico de planos flutuando sobre planos, numa sobreposição e estratificação de camadas, cortadas e colocadas uma sobre as outras, de forma a estabelecer uma outra maneira de construir que não seja aquela tradicional.

De início, os artistas temiam que a arquitetura espetacular acabasse colocando as próprias obras em segundo plano. "Pelo contrário", respondeu Wright às suas críticas. "Edifício e pinturas constituem juntos uma sinfonia ininterrupta, belíssima, nunca vista antes no mundo da arquitetura." Mas Wright não pôde comprovar sua opinião.

Quando a construção foi concluída, em 1959, tanto o arquiteto quanto seus empregadores já haviam falecido. Anos mais tarde, constatou-se que não apenas a estrutura externa da construção era ousada, assim como sua estática. Pouco após a conclusão das obras, o concreto já apresentava rachaduras. Desde 2005 ate 2008, o prédio passou por uma trabalhosa reforma.

sábado, 17 de abril de 2010

O Criador







Frank Lloyd Wright foi um arquiteto, escritor e educador. Um dos conceitos centrais em sua obra é o de que o projeto deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-ceus da Escola de Chicago. Responsável por mais de mil projetos, dos quais mais de quinhentos construídos, Wright influenciou os rumos da arquitetura moderna com suas idéias e obras e é considerado um dos arquitetos mais importantes do sec.XX.

Foi a figura chave da arquitetura orgânica, exemplificada pela casa da cascata, um desdobramento da arquitetura moderna que se contrapunha ao International Style europeu. Foi o lider da Prairie School, movimento da arquitetura ao qual pertencem os projetos da Robie House e a Westcott House, e também desenvolveu o conceito de Usonian home do qual a Rosenbaum House é um exemplo. Sua obra inclui exemplos originais e inovativos de edifícios dos mais diferentes tipos, incluindo escritórios, templos, escolas, hoteis e museus. Frequentemente detalhava também os elementos a serem empregados no interior de suas construções.

Wright escreveu vinte livros, muitos artigos, era um palestrante popular nos Estador Unidos e Europa e grandemente reconhecido ainda em vida. Cheia de acontecimentos dramáticos, frequentemente fatos de sua vida pessoal apareciam nas manchetes dos jornais, dentre os quais os mais notáveis foram o incêndio e assassinatos de 1914 em sua residência de verão, Taliesin East. O American Institute of Architects postumamente conferiu a Wright em 1991 o título de "Maior arquiteto americano de todos os tempos.